Países da União Europeia, incluindo a Alemanha, pediram nesta segunda-feira (19) novas sanções a Moscou por causa da morte do líder da oposição preso Alexei Navalny, enquanto discutiam um pacote de novas penalidades para marcar dois anos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
A Hungria é o único Estado da UE que ainda não aprovou as restrições propostas contra quase 200 outras empresas e pessoas consideradas envolvidas na guerra, no 13º pacote de sanções do bloco contra a Rússia desde que Moscou invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
O principal diplomata da UE sugeriu que autoridades da prisão russa ligadas à morte de Navalny poderiam ser adicionadas à lista de pessoas sujeitas a congelamento de bens e proibição de viagens.
Não havia confirmação imediata sobre quaisquer medidas mais contundentes que pudessem atingir a economia mais ampla da Rússia, e um diplomata da UE disse que até agora parecia que quaisquer novas sanções específicas relacionadas à morte de Navalny seriam “simbólicas” e viriam depois.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que espera que a UE chegue a um acordo sobre o 13º pacote de sanções em breve. As autoridades da UE afirmam que isso pode acontecer na quarta-feira (21), se Budapeste der seu sinal verde.
“Vimos a força brutal com que o presidente russo reprime seus próprios cidadãos que saem às ruas para se manifestar em favor da liberdade ou escrever sobre isso nos jornais”, disse ela. “Proporemos novas sanções à luz da morte de Alexei Navalny.”
Navalny morreu em uma prisão no Ártico uma semana antes da marca de dois anos da invasão em grande escala de Moscou na Ucrânia.
O principal diplomata do bloco disse que espera que os países da UE busquem sanções direcionadas contra certas autoridades russas por causa da morte do opositor do Kremlin, um ex-advogado de 47 anos que construiu seu perfil no combate à corrupção estatal na Rússia.
“Os Estados membros (da UE) irão propor sanções com certeza contra os responsáveis”, afirmou o chefe de política externa do bloco, Josep Borrell, que presidiu as negociações de segunda-feira entre os ministros das Relações Exteriores da UE em Bruxelas. “O grande responsável é o próprio Putin.”
“Podemos descer até a estrutura institucional do sistema penitenciário da Rússia”, disse ele, indicando quem o bloco poderia sancionar em seguida. “Mas sem esquecer de quem é realmente responsável pela morte de Navalny.”
A Suécia e a Lituânia também estavam entre os que pediram sanções.