Javier Milei está no cargo há 45 dias e enfrentou sua primeira greve geral. Nunca antes na história daquele país um protesto nacional foi convocado com tão pouco tempo de mandato.
A manifestação não mobilizou a quantidade de argentinos que os sindicatos gostariam, nem parou todo o país.
Mas foi suficiente para marcar a resistência popular às medidas radicais tomadas pelo governo ultra liberal de Milei.
A pressão popular se junta à pressão política e já colhe algumas vitórias, com recuos na enorme lista de mudanças adotadas pelo governo e no desejo de Milei de governar por dois anos sem freios nem limites.
A votação da chamada Lei Ônibus, que aconteceria amanhã no parlamento, foi adiada, porque o governo ainda não conseguiu garantir votos. Aliás, nem governo, nem oposição têm votos suficientes para decidir qualquer coisa.
Ainda assim, nesse país que tem a maior inflação do mundo, acima de 200%, o presidente Milei, que se autoentitula um anarco-capitalista, conta com aprovação de mais da metade da população.
Mais um dos paradoxos argentinos que só reforçam uma percepção que já é quase uma convicção: nem os argentinos conseguem salvar a Argentina.
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