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Primeiro-suplente da senadora Soraya Thronicke, o produtor rural de Dourados Rodolfo Nogueira assumirá a legenda em MS
É certo, resta apenas marcar o dia da posse do pecuarista da região de Dourados Rodolfo Nogueira como presidente da executiva estadual do Partido Liberal (PL), legenda que tem como sua principal estrela o presidente da República.
E foi quase que uma imposição de Jair Bolsonaro a nomeação do “Gordinho do Presidente”, apelido de Rodolfo cedido pelo mandatário. A mudança no diretório estadual do PL tira das mãos do ex-deputado federal Edson Giroto a hegemonia que tinha sobre a legenda há décadas.
A mudança no comando do PL foi confirmada por integrantes do partido com e sem mandatos. Entretanto, não quiseram ver os nomes publicados por uma “questão de ordem”, disseram.
O PL surgiu em 1985, fundiu-se em 2006 com o Prona, ano que renasceu como Partido da República (PR), contudo, em 2019 rebatizou-se como PL.
A sigla, que tinha e tem até agora a influência de Giroto, por seguidas eleições, ora como PL, ora como PR, coligou-se com o MDB, do ex-governador André Puccinelli. Nas duas vitórias de André, o agora PL integrou-se à coligação do emedebista.
No sábado, Rodolfo Nogueira, que já comandou em MS o PSL, ex-sigla de Bolsonaro, teve a ficha abonada no PL pelo presidente da República, em Brasília. Nogueira é primeiro-suplente de senador, na vaga ocupada por Soraya Thronicke, outra douradense.
O Correio do Estado tentou ontem à tarde conversar com Filinto de Abreu, atual presidente do PL em MS, mas as ligações pelo telefone celular não foram completadas.
O aparelho estava desligado. O espaço aqui está aberto à manifestação dele acerca da troca no comando da legenda. Abreu, em entrevista ao Correio do Estado, disse duas semanas atrás que “ele, Filinto”, tinha preferência por Puccinelli, pré-candidato ao governo pelo MDB.
Ao menos até agora, o PL não externou desejo de concorrer ao governo estadual. Uns 10 dias atrás correram rumores de que o deputado estadual Capitão Contar, recém-filiado ao partido, teria demonstrado interesse na disputa, mas a ideia não prosperou.
Na Assembleia Legislativa de MS, o PL tinha apenas um representante, o deputado estadual João Henrique Catan.
Além do capitão, também filiou-se ao PL, sob a chancela de Bolsonaro, o Coronel David, que estava sem partido há pelo menos dois anos. A sigla conquistou também a filiação do deputado federal Loester Trutis.
Pecuarista douradense e suplente de Soraya, o Gordinho do Presidente atua no governo federal desde fevereiro de 2020. Também por indicação de Bolsonaro, ele comanda a Gerência Internacional de Projetos Especiais na Embratur, que virou na atual gestão a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo.
Logo depois de assinar a ficha no PL, no sábado, por meio de suas redes sociais, Rodolfo Nogueira bajulou o presidente: “Onde Jair for eu vou!”.
O Gordinho do Presidente, que já diz ser candidato a deputado federal, conforme publicações em redes sociais, aparece seguida vezes ao lado de Bolsonaro, inclusive sentado na sala da casa do mandatário, no Rio de Janeiro. Os dois são vistos juntos, ainda, no Palácio do Planalto, sede do governo federal, em Brasília.
BRONCA COM SORAYA
Soraya Thronicke e Rodolfo, senadora e primeiro-suplente, viraram inimigos seis meses depois da posse, em julho de 2019. À época, o Ministério Público de MS (MPMS)denunciou o então presidente regional do PSL (sigla extinta, hoje União Brasil) Rodolfo Nogueira pelo crime de ameaça contra a senadora.
Conforme a queixa de Soraya, o Gordinho do Presidente teria se irritado com a senadora, que foi ao então presidente nacional do PSL reclamar de um episódio.
De acordo com Soraya, no período da campanha que a fez senadora, teria visto santinhos de candidatos de outros partidos que mostravam fotografia de Bolsonaro. Ela, segundo a notícia-crime do MPMS, denunciou o caso ao então presidente do PSL Rodolfo Nogueira, que nada fez. Daí, a senadora informou o caso à executiva nacional do partido.
Ao saber, Rodolfo teria ligado para Soraya e dito: “Você não sabe do que eu sou capaz. Eu vou acabar com você. Eu vou arrebentar com você”. A reportagem tentou conversar com Rodolfo para ele comentar o incidente, mas não conseguiu contato por meio do telefone.
Enquanto o Gordinho do Presidente vai assumir o PL, a senadora já comanda o diretório estadual do União Brasil, sigla que surgiu da fusão de DEM e PSL.
Se antes da chegada de Jair Bolsonaro ao PL o partido em MS tinha apenas um parlamentar, João Henrique Catan, agora tem Coronel David e Capitão Contar, na Assembleia, e Tio Trutis, na Câmara dos Deputados.
Fonte Correio do Estado