Javier Milei confirmou nesta quarta-feira que o novo ministro de Economia é Luis Caputo. A confirmação foi feita em entrevista à rádio argentina Continental, após Milei voltar de sua primeira viagem como presidente eleito, aos Estados Unidos.
O novo titular da pasta tem fortes relações com o ex-presidente Mauricio Macri, do qual já foi ministro das Finanças e presidente do Banco Central, e bom trânsito em Wall Street. Trabalhou no banco de investimentos JPMorgan, em Nova York, o que lhe assegurou uma boa interlocução com o mercado financeiro. Isso é visto como um trunfo nas negociações com credores internacionais.
Caputo o acompanhou na viagem aos EUA. O futuro ministro continua em Washington para reuniões com o Fundo Monetário Internacional, entre outros encontros.
No curto prazo, haverá uma renegociação com o Fundo devido ao desembolso de US$ 3,3 bilhões. Além disso, há um pagamento aos detentores de títulos previsto para janeiro, em meio a reservas de dólares escassas. O Banco Central tem reservas líquidas negativas de US$ 10 bilhões, segundo o site de notícias Infobae.
“Acreditamos que haverá uma abordagem ordenada e não disruptiva para a dinâmica do mercado, e descartamos um cenário de dolarização a qualquer preço”, diz relatório da consultoria Anker, da qual Caputo faz parte.
Para Milei, uma das prioridades de Caputo será atacar o déficit fiscal, para equilibrar as contas públicas argentinas.
– Quando olhamos para a natureza dos problemas argentinos, como 15 pontos de déficit fiscal e 10 pontos desses são gerados pelo Banco Central, está claro que o primeiro problema que temos que resolver são as Leliq (títulos emitidos pelo BC). Se nos equivocamos aí, terminamos com uma hiperinflação – disse o presidente eleito em entrevista a outra rádio argentina, La Red.
Ao ser consultado se daria autonomia ou se faria alguma intervenção na gestão de Caputo, Milei respondeu que o equilíbrio fiscal “não é negociável”, segundo o jornal argentino Clarín.