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19 de março de 2025
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Pilotos ucranianos começam treinamento em jatos F-16 com instrutores dos EUA, diz Kiev

Piloto do 510º Esquadrão de Caças da Força Aérea dos EUA deixa seu caça F-16 na base aérea de Amari Ints Kalnins/Reuters (26.mar.15)

A Rússia condenou nesta segunda-feira a decisão dos Países Baixos e da Dinamarca de enviar caças F-16 para a Ucrânia, advertindo que a medida irá provocar “uma escalada do conflito”. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros vê o envio de F-16 para Kiev como uma ameaça nuclear.

“O fato de a Dinamarca ter decidido agora doar 19 aeronaves F-16 para a Ucrânia leva a uma escalada do conflito”, disse o embaixador russo Vladimir Barbin em comunicado citado pela agência de notícias Ritzau.”Ao esconder-se atrás de uma premissa de que a própria Ucrânia deve determinar as condições para a paz, a Dinamarca procura com suas ações e palavras deixar a Ucrânia sem outra escolha a não ser continuar o confronto militar com a Rússia”, acrescentou.

A Rússia reage assim ao anúncio feito no domingo pelos Países Baixos e Dinamarca sobre o envio de caças F-16 para a Ucrânia – um desejo há muito esperado pelo presidente ucraniano.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, também já alertou que Moscou

considera o envio de F-16 para a Ucrânia como uma ameaça nuclear, uma vez que estas aeronaves têm capacidade para transportar armas atómicas.
Restrições
Diante do receio de uma escalada do conflito, o ministro da Defesa da Dinamarca esclareceu nesta segunda-feira que a Ucrânia só poderá utilizar os F-16 dentro do seu próprio território.

“Doamos armas com a condição de que sejam usadas para expulsar o inimigo do território da Ucrânia. E não mais do que isso”, disse Ellemann-Jensen.”Estas são as condições, sejam tanques, aviões de combate ou qualquer outra coisa”, acrescentou.

Os Países Baixos e a Dinamarca esclareceram também, no domingo, que a transferência das aeronaves só será feita quando determinadas condições forem cumpridas, em particular o treino dos pilotos e engenheiros e a criação de infraestruturas na Ucrânia para estes aviões.

A formação, dada por uma coligação de 11 países, deverá começar este mês e as autoridades estimam que os pilotos ucranianos estejam prontos a pilotar os aviões F-16 no início de 2024.Apesar disso, o presidente ucraniano, que está agora na Dinamarca depois de uma visita aos Países Baixos no domingo, enalteceu o acordo “histórico”, afirmando que as aeronaves ajudarão a fortalecer a contraofensiva ucraniana e a proteger o povo ucraniano do “terror russo”.

“Os F-16 inspirarão uma nova confiança e motivação para os combatentes e cidadãos comuns. Eles produzirão novos resultados para a Ucrânia e para o resto da Europa”, escreveu Volodymyr Zelensky na rede social X, anteriormente conhecida por Twitter.

A Dinamarca anunciou que irá enviar 19 jatos no total, com os seis primeiros a serem enviados até o final do ano. Outros oito serão enviados em 2024 e cinco em 2025. Os Países Baixos, por sua vez, têm 42 F-16 disponíveis, mas ainda não decidiu se serão todos transferidos para Kiev.

Zelensky avançou, porém, nas redes socias que serão 42 os aviões enviados para a Ucrânia.

O anúncio dos Países Baixos e da Dinamarca chegou dois dias depois de os Estados Unidos terem aprovado igualmente o envio de caças F-16 para a Ucrânia. Washington também alertou que a luz verde não significa uma entrega imediata dos aviões, dada a necessidade de formação de pilotos ucranianos.

Os pilotos ucranianos começaram o treinamento conjunto em caças F-16 com instrutores dos EUA na Ucrânia, de acordo com Kiev.
“A aeronave F-16 estava na Ucrânia. Ela pousou em nossos aeródromos, realizamos treinamento conjunto com pilotos de F-16. Um dia atrás, dois de meus pilotos foram testados por instrutores dos EUA”, disse o comandante da Força Aérea Ucraniana Oleksandr Oleshchuk à TV estatal ucraniana no sábado (19).

Oleshchuk acrescentou que, embora o período total de treinamento seja de 32 meses, “foi decidido que, para esta classe de pilotos, eles serão capazes de dominar a aeronave F-16 em quatro meses”.

Ele disse que os instrutores anunciariam a conclusão do treinamento quando estivessem convencidos de que os pilotos, engenheiros e técnicos tivessem dominado suas novas habilidades.

Um caça F-16 se apresenta em um show aéreo em Houston, Estados Unidos, em 10 de outubro de 2020 / Lao Chengyue/Xinhua/Getty Images/FILE

Os trainees também receberão treinamento em inglês em terminologia técnica, porque “o nível básico do idioma inglês não é suficiente”, disse ele.

Reznikov disse que era importante determinar que tipo de armas a aeronave estaria carregando.

“Afinal, sem radares, o avião não pode ver, e sem metralhadoras, mísseis e projéteis, não é uma arma, mas apenas uma aeronave”, acrescentou.